MOÇÃO DE REPÚDIO AOS ATAQUES SOFRIDOS PELO POVO GUARANI-KAIOWÁ EM MATO GROSSO DO SUL

05/07/2016 03:49

 
Nós, professores e estudantes das disciplinas Oficina Didática de Geografia Humana e Prática de Ensino de Geografia, do curso de Licenciatura em Geografia da UFRJ, vimos a público manifestar nosso repúdio à ação violenta orquestrada por fazendeiros contra famílias do povo Guarani-Kaiowá, no último dia 14 de junho de 2016, no acampamento indígena Tey Jusu, localizado na região de Caarapó, estado do Mato Grosso do Sul (MS). Estivemos presentes na região de Dourados, no mesmo estado, entre os dias 9 e 13 do mesmo mês para conhecer experiências de Educação Indígena e Educação do Campo e constatamos a situação precária em que vive o povo Guarani-Kaiowá tanto nas reservas demarcadas pelo Estado quanto, e principalmente, nos acampamentos indígenas, áreas ocupadas e reivindicadas como forma de ampliação de seu território e manutenção do seu modo de vida. O ataque perpetrado resultou no assassinato do jovem Clodieldo de Souza Guarani-Kaiowá e deixou pelo menos seis feridos por armas de fogo, dentre eles uma criança de 12 anos. Afirmamos nossa preocupação com a situação dessa etnia indígena, uma vez que, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os ataques se intensificaram a partir de agosto de 2015, quando foi assassinado o líder Simeão Vilhalva. Ainda segundo a entidade, desde então foram orquestrados mais de 25 ataques às comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul. Vemos com preocupação a omissão do Estado ao não abrir investigação nem punir os autores dos crimes, bem como não assumir o papel de mediador nesse conflito, o que nos faz pensar nas possíveis relações entre os interesses dos latifundiários e a (não) ação do Estado. Escrevemos essa moção com o intuito de dar visibilidade ao acontecido e suas causas para além do contexto regional do Centro-Oeste, uma vez que a mídia hegemônica trabalha de modo a invisibilizar e distorcer os fatos ocorridos. Nos causa profunda vergonha e tristeza o verdadeiro genocídio do povo Guarani-Kaiowá e como professores e futuros(as) professores(as) de Geografia não poderíamos deixar de nos posicionar e tornar público os graves acontecimentos relatados.
 
 

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